Ah e tal é Natal

Oh oh oh oh Feliz Natal diz um velhote todo vestido de vermelho assim com uma barriguita de quem faz desporto no sofá e uns óculos de ver ao perto, o que convém não vá enganar-se nas prendas.
Por falar em prendas começa a ver-se um acelerar de pessoas nos centros comerciais com prendas e prendas numa azáfama própria da época, dizem alguns e de um consumismo exacerbado dizem outros (não, não foi o ministro das finanças que disse) deixando de lado o lado espiritual do que significa na realidade o Natal.
Eu sei que todos nós gostamos de receber prendas, eu incluído, e todos nós gostamos de oferecer prendas e perguntar de seguida se gostaram e tal, ficamos felizes por dar e também deixemo-nos de tretas, por receber, mas e o lado espiritual? Quantos dos que lerem este post já terão ido por exemplo á missa do galo? Já não vou questionar quantos terão ido para o Docks ou para o Plateau no after hours da noite de natal, usando um belo gorro vermelho com uma bola branca na ponta, ou umas luzinhas a piscar e elas com um vestido bem provocante de Mãe Natal que deixaria de certeza o próprio Pai Natal esquecer-se da distribuição de prendas em prol de algo mais proveitoso e quem sabe com fluidos orgânicos á mistura, esses serão sem duvida bem mais que os da missa do galo.
Mas também convenhamos, bem podiam ter arranjado um nome mais chamativo, faziam um upgrade da historia e por exemplo em vez dos reis magos seriam sei lá umas modelos da playboy, ou então uns actores ou jogadores famosos o David Beckam, a Sylvia Saint e o Lenny Kravitz , o menino em vez de estar nas palhinhas estava numa pent house e em vez de os reis irem de camelo, como é obvio iam de Ferrari ou Porche ou mesmo numa limousine . A missa passaria a chamar-se Cock Party e teria todos os anos um patrocínio diferente de alguma bebida ou empresa de construção civil. Teria a Mtv live e dariam em directo, também todos os anos, o prémio para o menino mais bem comportado nas suas diferentes classes e faixas etárias. Isto sim era chamativo e bem poderíamos esquecer o lado espiritual da coisa porque desta forma isso não haveria.
Mas voltando ás prendas, no ultimo fim de semana estava a ouvir um programa de rádio que tem uma emissão especial dedicada a blogs e ouvi com alguma atenção uma bloguista que escrevia o quanto os homens não prestavam, eram todos uns falsos , não tinham romantismo nenhum , e etc etc etc , na realidade ela estaria ainda á espera que algum milagre acontecesse e lhe colocasse á frente dela o tal dito homem dos sonhos dela, e pensei eu : pede ao Pai Natal. Nem mais. Mas depois ocorreu-me: ah e tal e se fosse comigo e eu pedisse uma mulher pelos vistos como a bloguista em questão, com um embrulho muito bonito, um laço vistoso, ou seja um daqueles embrulhos em que os nossos olhos saltam das órbitas, mas depois ao abrir revela-se um presente ôco , em que só mesmo a aparência, desculpem o embrulho é que era bonito ? Era aborrecido e depois além de não se poder devolver, a etiqueta manda que se diga que se gosta a quem nos deu a “prenda”. Complicado sem duvida. Deve então ser por isso que a bloguista tinha aquele estado de alma, compreendo-a muito bem sim sra.
Mas tirando as prendas também temos a gastronomia, o belo do bacalhau que por mais curioso que possa parecer só nessa noite me sabe bem cozido com as couves e as batatas (comida portuguesa) e tal. Os doces que vão fazendo acumular desde esta altura até á passagem de ano uns quilitos a mais no peso, mas que depois qualquer mulher do século XXI consegue tirar com a formula dois em um, tipo shampoo, isto é quase um ovo de Colombo, essa formula consiste em marcar férias para um pais tropical qualquer pagando com o cartão de crédito esgotando o plafond do mesmo, o que vai fazer com que nos meses pós viagem e antes-férias de verão andem a pagar o dito cartão todos os meses desembolsando uma quantia choruda o que vai implicar menos gastos na alimentação, logo, alem de irem de ferias ainda emagrecem andando a beber um chá de uma seiva qualquer, ou dieta da sopa ou outra qualquer, tudo baixo em calorias e em euros como convém, está bem visto.
Prendas, viagens, comida, Ferraris etc mas e o azevinho? Onde anda o azevinho? Era imperdoável não falar nele, ok eu sei que isso é conversa de românticos e tal, que o azevinho não é prenda nem se come e tal, ok mas e dar um beijo a alguém debaixo do azevinho não é giro? Não faz acender aquela centelha do amor? Ah e tal mas isso é tradição dirão alguns (outra vez) e a tradição já não é o que era, e já quase nem se vê azevinho sem ser de plástico, mas também se formos por esse lado existe muito amor artificial e muitas relações de plástico, por isso acho que vale a pena pelo menos nesta altura do ano acreditar… no Pai Natal.
P.S. não falei nas renas mas o Rudolfo está sempre presente no espírito de natal 