Caracois, Lancelots e Trovadores
Ando á volta com este post sem saber como o começar, de repente fervilham algumas ideias e situações que no mínimo me dariam inspiração para escrever umas frases, algumas encadeadas outras nem por isso, seria quase como se colocasse a tocar um cd com reprodução aleatória das faixas, entretanto olho para a televisão e vejo a passar em rodapé que os camionistas levantaram as acções de protesto nas estradas, uff penso eu, depois de amanha já meto gasóleo na carrinha e vou de férias. Mas vou de férias para onde? É que este ano não estou com muito tempo (leia-se euros) para férias e a disposição nestes casos não é assim tão grande quanto isso, de repente por causa das ditas férias lembro-me que ainda não comi caracóis este ano, ok cerveja já bebi mas os ditos rastejantes e vagarosos ainda se me escapam do prato a uma velocidade alucinante.
Como se não bastasse ando no youtube a tentar descobrir umas musicas brasileiras daquelas de dor de cotovelo, todas delicodoces, que todos gostamos mas não admitimos, sim porque o engraçado é que quando começam a tocar todos sabem a letra, mas não se gosta, não senhor, gostar gostar é mesmo do que estiver na moda, ou de culto, mas eu gosto e pronto.
È lógico que é tudo um estado de espírito, e calculo não que esteja em PMS mas a caminho de alguma crise existencial, cuja razão de aparecer é sempre quer queira quer não queira derivada de acontecimentos e não cíclica como gosto de pensar e me faz sentir bem mais confortável.
Se eu tivesse vivido numa época anterior gosto de pensar que adoraria ter feito parte das Lendas do Rei Artur, já me estou a ver montado num cavalo branco com uma armadura bem brilhante tipo saída da cinc a sec, a cavalgar pelos campos em demanda de causas nobres e não vou dizer que não, em demanda de donzelas em apuro, para as salvar de malfeitores, de príncipes ou reis malévolos (adoro esta palavra, um dia vou ser malévolo), de amarguras e vicissitudes da vida, nas quais se incluem como é obvio os amores e desamores e seus derivados. Gostaria mesmo de ser um Lancelot, mas depois vendo bem ele roubou a mulher do melhor amigo não foi? E isso faz-me confusão, porque se bem que uma mulher sonhe em ser arrebatada por um grande amor, ao mesmo tempo serem arrebatas pelo melhor amigo do marido ou namorado é um bocado mau, acontece, com certeza que sim, mas ao mesmo tempo que elas aspiram por um Lancelot também criticam a situação em si, é um bocado confuso mas também não vou tentar entender agora, o que importa é que afinal já não quero ser o Lancelot, não se faz o que ele fez, mesmo em nome de um grande amor, até porque ás tantas ele ao que parece depois de ter dado umas voltinhas na donzela achou por bem ir embora para não prejudicar o amigo, ora aí esta uma boa acção, o rapazito ok já tinha feito alguns estragos mas não quis estragar mais e vai disto pirou-se, tudo para que as coisas voltassem ao normal, um rewind da historia sem os factos consumados achou o Lancelot, sabes o que te digo ó Lancelot? isso é intemporal, acreditas que hoje também acontece ? e mais, acontece serem cavaleiras, á pois é, elas próprias com armaduras bem reluzentes e esporas Manolo Blahnik que depois de darem umas voltinhas com os donzelos de agora, desaparecem para não prejudicar mais alguma situação, á pois é.
È claro que eu acredito que fizeste aquilo porque estavas apaixonado, mas agora em relação ás cavaleiras elas nem se apaixonam! a sério! e fazem bem, porque se já sabem que se vão pirar não vale a pena apaixonarem-se, está bem visto sim senhor.
Por isso volto a dizer já não quero ser o Lancelot, bem vistas as coisas o melhor é ser mesmo um trovador. Só tem vantagens, contam-se as historias sem nunca fazer parte delas, assim nunca saímos vencedores de nada mas também nunca sofremos, não é nada connosco, nem se aparece como personagem principal, toca-se uma viola (eu por acaso até sei dar uns toques) e diz-se: oiçam bem a historia que vos vou contar…
É isso mesmo um trovador é que é bom, não tem o glamour de cavaleiros, heróis, namorados cujas ex não os conseguem esquecer e por isso elas não se apaixonam, reis, príncipes, gestores, medicos, advogados, professores, empresários, agricultores biológicos, autarcas não porque podem pensar que isto é dirigido a alguém, mas lá está quando a historia acaba metemos a viola no saco e vamos contar para outro lado.
Por falar nisso tenho de ir apanhar a carroça (não há gasóleo para o carro) porque vou contar histórias para outra freguesia, um resto de boa noite.
3 Comments:
Ora, ora trovador??? não acho que se coadume contigo, nada a ver mesmo... ah, pois é! como tanto gostas de dizer, tu és mesmo um Lancelot, sem cavalo nem armadura (mas olha que ficas bem melhor sem ela mesmo ;)...) quanto ao cavalo é melhor começarmos a pensar neles, como isto anda... e já agora também te digo que em cima dele ficas muito bem ;)... bem chega de elogios que ainda cais do cavalo abaixo.
Que mais te digo? que gostei? que sorrio ao ler-te? que és tu, como só tu?
Quanto à estória das cavaleiras, pois parece que faz parte da era moderna, ou não estamos na era da igualdade de direitos? mas viver a vida sem amor isso é que não me parece possível, fica tudo sem sabor, sem o tempero certo... digo eu que gosto de sonhar... ainda...
Um beijo e um sorriso :)
Ainda voltei, para te perguntar se não podem ser uns camarões? é que caracóis... enfim no meu paladar sabe a bichinho esquisito (interiores e exteriores um pouco... olha ranhosos mesmo!!!) mas a bejeca com caracóis ou sem eles... bora lá?!
Outra pergunta será que a cevada no tempo do teu antepassado Lancelot era boa?
Concordo realmente com outro comentario que te deixaram "Trovador" nao me parece que tenhas algo a ver mas....
"Lancelot" talvez !? Nao faço bem a ideia ou n te imagino a traires o teu melhor amigo, mas ficar de braços fechados para mim tb n me parece a atitude mais adequada ....
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