Saturday, January 29, 2011

Desta Vez...

Desta vez não vou começar por dizer que «é sempre difícil começar um post,… desta vez não vou dizer que as ideias que tinha em mente para colocar aqui deixaram de fazer sentido ou simplesmente não me apetece falar mais nelas,… desta vez não vou dizer que tudo acaba por se repetir e que tudo parece um deja vu …
Desta vez não vou lamentar a desonestidade (é capaz de ser um bocado forte mas whatever) das pessoas eu incluido,… desta vez não vou armar-me em sr-todo-bons-valores,… desta vez não vou chorar alguém que desapareceu,… desta vez não vou lamentar alguém que se afastou,… desta vez não vou lamentar inclusive alguém que perdi…
Desta vez não vou falar no estado social que nos engana,…desta vez não me vou armar em intelectual,…desta vez não vou falar num filme maravilhoso,…e desta vez não vou sequer entrar em terrenos lamacentos ou com areias movediças, terrenos estéreis de sentimentos puros, terrenos tão áridos que nem um cacto consegue sobreviver, terrenos esses que fazem os desertos parecerem oásis e as crateras da lua esconderijos de um qualquer jardim infantil, terrenos esses minados, sem salvo-condutos e sem mapa de escapatória, terrenos em que uma bússula de nada serve pois o ponteiro gira freneticamente em círculos viciosos previamente estabelecidos por alguém sem escrúpulos (forte não é ?) ou no mínimo sem valores, terrenos onde um gps diz constantemente:” …temos pena, não pode seguir em frente…”, acabando em beleza com a frase “…final da viagem, chegado ao destino…”
Assim sendo desta vez vou falar de quê afinal?
Tenho a certeza que algures entre uns copos de Monte Velho ou Dona Ermelinda, tinto, e uns bocados de queijo da ilha, a inspiração aparecia de certeza, se quisesse ser pretensioso diria que entre uns copos de Barca Velha (vão ao Google vá) e uns pedaços de Gorgonzola (continuem no Google) a inspiração viria e neste caso muito mais sofisticada, mas não é o caso, infelizmente diga-se. Quanto á inspiração ficou conspurcada e mesmo virulenta no inicio do post, quanto ao vinho e ao queijo de momento não é possível estabelecer contacto…
Assim sendo resta-me pensar que seria bom uma pessoa olhar para a outra sem estigmas do passado, analisar o que a pessoa representa, lógico que fruto de um caminho percorrido mas sem analisar o caminho e sim o que se é. Se repararem existe uma corrente cinematográfica que consiste nisso mesmo, por exemplo o ultimo filme Robin Hood, e que donzela não suspira por ele? conta a historia antes da historia que nós conhecemos, mostra um homem cheio de defeitos e alguns valores duvidosos, mas acaba onde começa a lenda e o personagem vilão torna-se num herói, o patinho feio vira cisne e de certeza, ninguém questiona de onde veio ele e o que ele era mas sim o que ele é e o que representa.
Será uma perspectiva light ver isto desta forma? Será conveniente? Será uma fuga para frente? Não me parece, pelo contrário, parece-me sim o reflexo de um caminho percorrido reflectido na actual conduta.
Tudo tretas, tudo balelas, tudo utopia e mais uns “tudos”, pensarão muitas pessoas que possam ler isto (que optimismo), mas a verdade é que tendo ou não na vida real esta posição, aqui na escrita, neste universo ilimitado de palavras onde a imaginação é o limite, posso ser, e pensar que sou quem eu quiser, um Lancelot, um Don Quixote e até um Darth Vader ou mesmo um Hannibal Lector.
É esta a magia de escrever, é desta forma que me consigo transportar para outros lugares onde posso ser mais perfeito mesmo que isso não passe de um conjunto de boas intenções escarrapachadas no papel. Mas bolas ao fim ao cabo sou Só humano mais nada.
Desta vez as lufadas de ar fresco são mesmo só climatéricas…desta vez o cinzento do céu é o reflexo da alma, e desta vez vira-se a pagina e chega-se ao fim do capitulo…

1 Comments:

Blogger Cris said...

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12:45 PM  

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