Sunday, July 25, 2010

DUVIDAS

Não sei se fiz mais uma travessia no meu deserto de ideias desde a ultima vez que escrevi algo ou se simplesmente as coisas foram acontecendo bem á maneira de uma qualquer predestinação que deixaria os Calvinistas bem orgulhosos de terem um membro como eu a seguir as suas ideias de uma forma cómoda e que tão bons resultados dá a quem acha que tudo acontece porque tinha de acontecer. “…That s just the way it is, somethings never change…” canta Steve Winwood e se calhar tem razão, mas ao mesmo tempo acho que pensar desta forma dá muito jeito, embora, não passe em muitos casos de mais uma fuga para a frente e de um comodismo exacerbado a todos os níveis. Claro que dá muito menos trabalho quer intelectualmente quer fisicamente.
Serviu esta introdução toda XPTO não só para começar o post, coisa que é sempre difícil, mas ao mesmo tempo para explicar que não tenho escrito porque a veia não tem estado presente.
Nestas alturas em que o vento não sopra e o meu navio fica parado num imenso mar de emoções, duvido que o facto de escrever seja um dom, e embora sempre achasse que era eloquente na forma com que falava e expunha as minhas ideias pensava ao mesmo tempo, que era na escrita que conseguia passar a mensagem, sem expressões faciais, tiques, ou qualquer forma de expressão corporal, era na escrita que fazia com que isso fosse perceptível e mesmo sem conseguir encantar como num conto infantil, conseguir muitas vezes chegar a essa fronteira tão bela da simplicidade e do fantástico-ingenuo.
Presunção minha claro.
Nesta altura de duvida sobre a minha capacidade, o factor critico é sempre maior e bem mais presente que outro qualquer factor, o certo e o errado executam uma luta tremenda qual batalha entre o bem o mal de forma a salvar a humanidade, só que neste caso nem eu preciso de ser salvo nem se o não for vem daí grande mal ao mundo, e reconheço que essa historia do certo e o errado tem muito que se lhe diga, até porque como diz o ditado “…ate um relógio avariado esta certo 2 vezes por dia…”, ora partindo deste principio muita coisa certa até então cai por terra…se é que me faço entender, que é exactamente outra das minhas duvidas…
Tantas coisas acontecem em curtos espaços de tempo, tantos encontros e desencontros tantas coisas que eram e deixaram de ser ser, outras que não eram e passaram a ser, momentos de angustia, de raiva, de melancolia, de alegria, de tristeza, de optimismo (sem acordo ortográfico), tudo isto dentro de uma tômbola gigante em que uma entidade superior tira como se de um sorteio se tratasse a emoção do dia e a coloca em mim com um sorriso sarcástico na maioria das vezes, desejando enquanto o faz que passe um óptimo dia.
Depois disto o vazio… o vazio de ser incapaz de dar a volta ao texto, não a este que até sai fluído, mas ao texto que escrevo todos os dias como se do diário da minha vida se tratasse, ou um livro de Razão onde coloco do lado esquerdo os débitos da minha vida e do direito os créditos da mesma, quem sabe á espera de um juízo final bem documentado de forma a mostrar uma ultima vez que até era boa pessoa e tive algumas acções durante a minha existência, dignas de serem consideradas.
Até porque as boas acções nesta altura do campeonato estão bem inflacionadas contrastando com a banalidade das más, quer a nível de cidadania, político ou pessoal.
Isto tudo não caindo no erro de mais uma vez á semelhança de posts anteriores fazer um auto-elogio ao meu bom samaritanismo e ás minhas pseudo-atitudes cavalheirescas que valem o que valem claro e deixam sempre no ar um quê de presunção. (quando escrevo esta palavra lembro-me de imediato de presunto vá-se lá saber porquê)
Acabaria este post em grande estilo parafraseando Fernando Pessoa “…e mais que isto é Jesus Cristo que não sabia nada de finanças, nem consta que tivesse biblioteca …” mas seria fácil demais e não sou seguidor de copy paste para elaborar textos de “minha autoria”, assim sendo quero deixar o meu apreço pelo bom tempo que se faz sentir dando oportunidade a uns belos dias de praia no Portinho da Arrábida.
Boa noite

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